PÊ-Á-PÊ-Ó, EL MAGRELO
Veja a entrevista feita por Bruno do site Viceland com o MC. PAPO.
Provavelmente você já sabe quem é o P.A.P.O sem de fato estar ligado de quem se trata. É dele o hit “Piriguete”, que só no YouTube tem mais de 11 milhões de visualizações e de onde possivelmente muitos dos viris de menor pautaram xingamentos às mulheres que nunca reggaetonaram em suas virilhas. Na certidão ele é Alexandre Materna, rebento de brasileira com belga de origem polonesa, nascido em Bruxelas — onde viveu dos 11 aos 14 anos — e que atualmente mora em Belo Horizonte, Minas Gerais. De pixador a expoente do reggaeton brasileiro, recentemente lançou seu segundo disco, [El Magrelo] Diretamente do Espaço, “uma amostra daquilo que me diferencia dos outros MC’s” (aka rebolação de montão). Levando em conta que várias músicas dele já contabilizaram considerável audiência, mesmo sendo material independente, é melhor todo mundo se preparar que esse ô-trem-bão reggaeton logo mais tá desembarcando na estação das gatas. É o expresso hormonudo — PIUÍ!
Vice: Por que P.A.P.O?
P.A.P.O: Quando eu era mais novo, era pixador. Um vício horrível, que já larguei. Mas quando saí desse mundo da pixação, adotei esse apelido pra me desvincular totalmente do nome – que não vou citar – com o qual marcava as paredes. No meu primeiro disco eu até tenho uma música dessas lembranças de moleque, a “Eu Pixava Sim”.
Já ouvi. Mas cita aí sua marca, vai.
Não posso dizer. P.A.P.O é só um nome que soa parecido com aquele que não posso citar. Criei pra deixar o antigo na gaveta. Tenho a mania de falar ele soletrado em algumas músicas porque geralmente acontece de confundirem meu pseudônimo com SAPO, PABLO, PACO e outros.
Tem alguma rixa ainda, é isso — por isso não pode falar?
Não rola mais rixa, mas vai saber, né? Largar a pixação é parecido com largar o cigarro ou outros tipos de vício. Não é bom voltar a remoer [risos]. É uma coisa compulsiva, e chega um momento em que você não tem mais o controle da situação. A adrenalina que você sente a cada noite te mantém nesse meio no qual você acaba se envolvendo em brigas sérias, problemas na justiça… Enfim, não é porque é bom que te faz bem. Já cheguei a ter as roupas pixadas [por policiais], mas como geralmente o rosto é o alvo, coloquei na letra dessa forma pra que mais pessoas do movimento se identificassem. Os PMs fazem isso porque na maioria dos casos o pixador é menor de idade, não vai ficar preso e só responde pelo ato se houver denúncia da parte do proprietário do muro – é uma punição ilegal, mas que muitas vezes acaba sendo a única.
E por que abandonou o MC do nome?
Meu nome artístico é MC Papo, mas estou deixando de falar o MC aos poucos porque o público brasileiro dificilmente entende que um MC (mestre de cerimônias) faz parte de várias culturas, como o reggaeton, rap, dancehall – e não só do funk carioca. Então estou largando o “MC” aos poucos pra quebrar o estereótipo.
Bom, então agora você tá lançando seu segundo disco…
Sim, que aliás é um disco que contém apenas músicas do gênero reggaeton, que é o que me diferencia dos outros MCs brasileiros, minha marca registrada. Lancei agora o El Magrelo, em 2011 — o primeiro saiu em 2009. Ainda não estou vendendo o último na internet – fiz duas mil cópias e ainda devo ter uma centena pra vender. Assim que bater a meta vou disponibilizar na net. Não sou um vendedor de discos, e sim um vendedor de shows. Eu ‘virei’ alguém graças à internet, graças à propagação de vídeos no YouTube e downloads de mp3. Então nunca procurei uma gravadora ou distribuidora pra fazer a vendagem de um disco.
Entendi.
Não sou um artista ‘fabricado’, sou um artista que ‘acontece’. Gosto da liberdade de ação e expressão, e cresci na cultura funk e hip-hop, que prega o faça-você-mesmo.
Mas alguma gravadora já chegou em você?
Sim, a Warner Brasil, entre o fim de 2008 e começo de 2009. Conversamos bastante, mas quando falamos em possibilidades de rescisão de contrato com datas claras nunca mais tive notícias da parte deles. Isso só aumentou minha aversão por esse tipo de organização. Eu queria datas claras para poder ir embora se o planejado não viesse a ocorrer. Não quero ser um artista que esquenta o banco ou que fica na geladeira, como dizem nesse meio.
Você ‘apareceu’ depois de “Piriguete”. Essa música foi feita com alguém em mente?
Não. Achei interessante essa nova gíria que surgiu na Bahia e decidi fazer um som usando ela e toda a temática que traz.
Você esperava o sucesso todo dessa música?
Nunca. Foi algo sobrenatural, mágico. Simplesmente aconteceu. Acho que foi um conjunto de cosias, a gíria, a identificação…
Já te chamaram de machista pela letra?
Já. Mas não concordo, porque não estou falando da mulher em geral, só da piriguete — única e exclusivamente. Dizer que sou machista é como acusar uma mulher de ‘ofensa aos homens’ por escrever uma música que trata um homem como infiel, por exemplo.
Quem você acha a maior piriguete do Brasil?
Sei lá, viu. Ainda não comprei meu piriguetômetro [risos]. Piriguete, ao meu ver, é só um adjetivo; é aquela mulher que tem um poder de sedução muito grande e usa-o constantemente a seu favor.
Já namorou alguma?
Não… Aliás, não sou muito de namorar. Pode ser meu lado piriguete também [risos].
Mal que a conversa se voltou mais pra essa música. Você já tá de saco cheio de falar sobre “Piriguete”?
Ainda não [risos]. É claro que já estou em outra fase, né, mas sei que tenho que dar tempo ao público pra conhecer meus novos trabalhos, já que não tenho apoio de rádios e TVs por ser independente. Mas, assim, meu primeiro disco é quem eu sou – tudo o que curto misturado. O segundo é uma amostra daquilo que me diferencia dos demais MC’s do Brasil.
Uma das que mais gosto desse último álbum é a “Ben 10”. Você curte o desenho?
Muito fã [risos]. Com a ajuda daquele relógio ele se transforma em dez tipos de alienígenas diferentes, escolhendo qual dependendo da situação. Achei legal isso, acho que nós também precisamos agir de acordo com as situações e às vezes nos transformar, fazer uma metamorfose.
E em qual alienígena você se transforma durante seus shows?
Na verdade eu me transformo num maçarico e boto fogo na pista! [risos]
Haha. Mas voltando, então. Tem várias versões de “Piriguete” no YouTube. Roubaram a música de você?
Nunca. O que acontece é que o sucesso da música foi mais rápido que a minha exposição como artista, o que ocasionou uma confusão na cabeça das pessoas que conheciam a música, mas não o autor/intérprete. Mas ela tá registrada desde o começo de 2006.
Esses intérpretes então chegaram a te pagar por usarem sua música.
Sim.
E com o Ecad, como é a sua relação? Só no YouTube “Piriguete” tem mais de 11 milhões de views – e recentemente o próprio Escritório decidiu cobrar do Google direitos autorais.
Sim, quem me paga é o Ecad. Sou filiado à UBC [União Brasileira de Compositores]. Em relação a shows, execução pública – rádios e televisão – eu sempre recebi. O lado virtual ainda não aconteceu, porque acho que é algo muito novo ainda, uma decisão muito recente. Estou aguardando o momento, se nada acontecer aí sim botamos a boca no trombone.
Deve estar acompanhado toda a discussão envolvendo o Ecad e o Ministério da Cultura. O que acha disso tudo?
Na minha opinião, o sistema funciona. Deve ter lá seu lado podre, como tudo no Brasil, mas acredito que se o Ecad se tornar um órgão público só tende a piorar.
Como anda o reggaeton no Brasil?
Engatinhando. Existem poucos grupos ‘apresentáveis’. Mas acredito que o reggaeton ainda vá bombar no Brasil, é só uma questão de tempo e empenho dos reggaetoneros brasileiros. É um ritmo que soa familiar, tipo um rap com samba no pé, ou um rap forrozeiro. Acho que só não bombou ainda por falta de músicas cantadas em português. Me identifiquei com o reggaeton pelo fato de ser um rap que não é ‘coisa de americano’. Conheci meio que em 2005 a “Reggaeton Latino”, do Don Omar, que foi a música que mais me motivou. Nela fica bem claro que o reggaeton representa os latinos. É o nosso movimento, e não coisa de americano, e como todo latino que mora longe de sua cultura – morei três anos na Bélgica –, eu tenho esse sentimento de latin pride. Tenho até uma tatuagem nas costas escrita “Orgulho Latino” (não faz sentido escrever em inglês, né?).
Quando morei lá, vivi num bairro de periferia, entre negros e árabes, ambos africanos. Sempre fui aceito, mas sabia que não fazia parte integral nem do lado dos brancos nem dos africanos. O reggaeton me representou de maneira que o rap nunca conseguiu me representar. Orgulho latino é o nosso Black Power.
Falando em orgulho latino, você tem orgulho do Latino?
Compositor fantástico! Ele sabe que vende, mas escreve melhor para mulheres e deixa um pouco a desejar quando escreve para si próprio. Mas, na moral, sou fã. Admiro muito! Ele começou no Freestyle (os primórdios do funk carioca) e tá aí até hoje, cantando numa levada mais pop, mais comercial mesmo.
Sua base maior de fãs está em qual região do Brasil? Ou é igual?
No Sul e no Norte do País. No Norte curtem meu som bastante porque gostam de coisas mais caribenhas, como calypso, bachata, lambada, zouk… Então entra mais fácil. No Sul, como a galera é internauta, lá eu sou o rei [risos].
E o Sudeste?
O Sudeste ainda não. O Sudeste é uma terra que só consome o que as grandes TVs e rádios propagam, então vai demorar um pouco ainda.
O que pretende fazer agora, com seu segundo disco nas paradas?
Divulgar e trabalhar esse disco ao máximo e depois lançar uma mixtape apenas com versões, remixes, adaptações e releituras de sucessos que marcaram a música brasileira. Mostrar que somos ecléticos também, que MC pode e deve fazer parte da cultura brasileira, assim como sambistas e repentistas.
OK. Pra terminar, o que faz do reggaeton brasileiro mais legal?
Swing. A perfeita combinação entre rimas perfeitas e às vezes complicada com refrões ‘chiclete’. Swing é o que o Brasil mais tem, então pro reggaeton daqui ser bom, tem que ter o nosso swing.
Pra ler a resenha que fizemos do CD dele, clique aqui.
ENTREVISTA POR BRUNO B. SORAGGI
FOTOS: CORTESIA P.A.P.O
Vice: Por que P.A.P.O?
P.A.P.O: Quando eu era mais novo, era pixador. Um vício horrível, que já larguei. Mas quando saí desse mundo da pixação, adotei esse apelido pra me desvincular totalmente do nome – que não vou citar – com o qual marcava as paredes. No meu primeiro disco eu até tenho uma música dessas lembranças de moleque, a “Eu Pixava Sim”.
Já ouvi. Mas cita aí sua marca, vai.
Não posso dizer. P.A.P.O é só um nome que soa parecido com aquele que não posso citar. Criei pra deixar o antigo na gaveta. Tenho a mania de falar ele soletrado em algumas músicas porque geralmente acontece de confundirem meu pseudônimo com SAPO, PABLO, PACO e outros.
Tem alguma rixa ainda, é isso — por isso não pode falar?
Não rola mais rixa, mas vai saber, né? Largar a pixação é parecido com largar o cigarro ou outros tipos de vício. Não é bom voltar a remoer [risos]. É uma coisa compulsiva, e chega um momento em que você não tem mais o controle da situação. A adrenalina que você sente a cada noite te mantém nesse meio no qual você acaba se envolvendo em brigas sérias, problemas na justiça… Enfim, não é porque é bom que te faz bem. Já cheguei a ter as roupas pixadas [por policiais], mas como geralmente o rosto é o alvo, coloquei na letra dessa forma pra que mais pessoas do movimento se identificassem. Os PMs fazem isso porque na maioria dos casos o pixador é menor de idade, não vai ficar preso e só responde pelo ato se houver denúncia da parte do proprietário do muro – é uma punição ilegal, mas que muitas vezes acaba sendo a única.
E por que abandonou o MC do nome?
Meu nome artístico é MC Papo, mas estou deixando de falar o MC aos poucos porque o público brasileiro dificilmente entende que um MC (mestre de cerimônias) faz parte de várias culturas, como o reggaeton, rap, dancehall – e não só do funk carioca. Então estou largando o “MC” aos poucos pra quebrar o estereótipo.
Bom, então agora você tá lançando seu segundo disco…
Sim, que aliás é um disco que contém apenas músicas do gênero reggaeton, que é o que me diferencia dos outros MCs brasileiros, minha marca registrada. Lancei agora o El Magrelo, em 2011 — o primeiro saiu em 2009. Ainda não estou vendendo o último na internet – fiz duas mil cópias e ainda devo ter uma centena pra vender. Assim que bater a meta vou disponibilizar na net. Não sou um vendedor de discos, e sim um vendedor de shows. Eu ‘virei’ alguém graças à internet, graças à propagação de vídeos no YouTube e downloads de mp3. Então nunca procurei uma gravadora ou distribuidora pra fazer a vendagem de um disco.
Entendi.
Não sou um artista ‘fabricado’, sou um artista que ‘acontece’. Gosto da liberdade de ação e expressão, e cresci na cultura funk e hip-hop, que prega o faça-você-mesmo.
Mas alguma gravadora já chegou em você?
Sim, a Warner Brasil, entre o fim de 2008 e começo de 2009. Conversamos bastante, mas quando falamos em possibilidades de rescisão de contrato com datas claras nunca mais tive notícias da parte deles. Isso só aumentou minha aversão por esse tipo de organização. Eu queria datas claras para poder ir embora se o planejado não viesse a ocorrer. Não quero ser um artista que esquenta o banco ou que fica na geladeira, como dizem nesse meio.
Você ‘apareceu’ depois de “Piriguete”. Essa música foi feita com alguém em mente?
Não. Achei interessante essa nova gíria que surgiu na Bahia e decidi fazer um som usando ela e toda a temática que traz.
Você esperava o sucesso todo dessa música?
Nunca. Foi algo sobrenatural, mágico. Simplesmente aconteceu. Acho que foi um conjunto de cosias, a gíria, a identificação…
Já te chamaram de machista pela letra?
Já. Mas não concordo, porque não estou falando da mulher em geral, só da piriguete — única e exclusivamente. Dizer que sou machista é como acusar uma mulher de ‘ofensa aos homens’ por escrever uma música que trata um homem como infiel, por exemplo.
Quem você acha a maior piriguete do Brasil?
Sei lá, viu. Ainda não comprei meu piriguetômetro [risos]. Piriguete, ao meu ver, é só um adjetivo; é aquela mulher que tem um poder de sedução muito grande e usa-o constantemente a seu favor.
Já namorou alguma?
Não… Aliás, não sou muito de namorar. Pode ser meu lado piriguete também [risos].
Mal que a conversa se voltou mais pra essa música. Você já tá de saco cheio de falar sobre “Piriguete”?
Ainda não [risos]. É claro que já estou em outra fase, né, mas sei que tenho que dar tempo ao público pra conhecer meus novos trabalhos, já que não tenho apoio de rádios e TVs por ser independente. Mas, assim, meu primeiro disco é quem eu sou – tudo o que curto misturado. O segundo é uma amostra daquilo que me diferencia dos demais MC’s do Brasil.
Uma das que mais gosto desse último álbum é a “Ben 10”. Você curte o desenho?
Muito fã [risos]. Com a ajuda daquele relógio ele se transforma em dez tipos de alienígenas diferentes, escolhendo qual dependendo da situação. Achei legal isso, acho que nós também precisamos agir de acordo com as situações e às vezes nos transformar, fazer uma metamorfose.
E em qual alienígena você se transforma durante seus shows?
Na verdade eu me transformo num maçarico e boto fogo na pista! [risos]
Haha. Mas voltando, então. Tem várias versões de “Piriguete” no YouTube. Roubaram a música de você?
Nunca. O que acontece é que o sucesso da música foi mais rápido que a minha exposição como artista, o que ocasionou uma confusão na cabeça das pessoas que conheciam a música, mas não o autor/intérprete. Mas ela tá registrada desde o começo de 2006.
Esses intérpretes então chegaram a te pagar por usarem sua música.
Sim.
E com o Ecad, como é a sua relação? Só no YouTube “Piriguete” tem mais de 11 milhões de views – e recentemente o próprio Escritório decidiu cobrar do Google direitos autorais.
Sim, quem me paga é o Ecad. Sou filiado à UBC [União Brasileira de Compositores]. Em relação a shows, execução pública – rádios e televisão – eu sempre recebi. O lado virtual ainda não aconteceu, porque acho que é algo muito novo ainda, uma decisão muito recente. Estou aguardando o momento, se nada acontecer aí sim botamos a boca no trombone.
Deve estar acompanhado toda a discussão envolvendo o Ecad e o Ministério da Cultura. O que acha disso tudo?
Na minha opinião, o sistema funciona. Deve ter lá seu lado podre, como tudo no Brasil, mas acredito que se o Ecad se tornar um órgão público só tende a piorar.
DDD de MG
Como anda o reggaeton no Brasil?
Engatinhando. Existem poucos grupos ‘apresentáveis’. Mas acredito que o reggaeton ainda vá bombar no Brasil, é só uma questão de tempo e empenho dos reggaetoneros brasileiros. É um ritmo que soa familiar, tipo um rap com samba no pé, ou um rap forrozeiro. Acho que só não bombou ainda por falta de músicas cantadas em português. Me identifiquei com o reggaeton pelo fato de ser um rap que não é ‘coisa de americano’. Conheci meio que em 2005 a “Reggaeton Latino”, do Don Omar, que foi a música que mais me motivou. Nela fica bem claro que o reggaeton representa os latinos. É o nosso movimento, e não coisa de americano, e como todo latino que mora longe de sua cultura – morei três anos na Bélgica –, eu tenho esse sentimento de latin pride. Tenho até uma tatuagem nas costas escrita “Orgulho Latino” (não faz sentido escrever em inglês, né?).
Quando morei lá, vivi num bairro de periferia, entre negros e árabes, ambos africanos. Sempre fui aceito, mas sabia que não fazia parte integral nem do lado dos brancos nem dos africanos. O reggaeton me representou de maneira que o rap nunca conseguiu me representar. Orgulho latino é o nosso Black Power.
Falando em orgulho latino, você tem orgulho do Latino?
Compositor fantástico! Ele sabe que vende, mas escreve melhor para mulheres e deixa um pouco a desejar quando escreve para si próprio. Mas, na moral, sou fã. Admiro muito! Ele começou no Freestyle (os primórdios do funk carioca) e tá aí até hoje, cantando numa levada mais pop, mais comercial mesmo.
Sua base maior de fãs está em qual região do Brasil? Ou é igual?
No Sul e no Norte do País. No Norte curtem meu som bastante porque gostam de coisas mais caribenhas, como calypso, bachata, lambada, zouk… Então entra mais fácil. No Sul, como a galera é internauta, lá eu sou o rei [risos].
E o Sudeste?
O Sudeste ainda não. O Sudeste é uma terra que só consome o que as grandes TVs e rádios propagam, então vai demorar um pouco ainda.
O que pretende fazer agora, com seu segundo disco nas paradas?
Divulgar e trabalhar esse disco ao máximo e depois lançar uma mixtape apenas com versões, remixes, adaptações e releituras de sucessos que marcaram a música brasileira. Mostrar que somos ecléticos também, que MC pode e deve fazer parte da cultura brasileira, assim como sambistas e repentistas.
OK. Pra terminar, o que faz do reggaeton brasileiro mais legal?
Swing. A perfeita combinação entre rimas perfeitas e às vezes complicada com refrões ‘chiclete’. Swing é o que o Brasil mais tem, então pro reggaeton daqui ser bom, tem que ter o nosso swing.
Pra ler a resenha que fizemos do CD dele, clique aqui.
ENTREVISTA POR BRUNO B. SORAGGI
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