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Bad Bunny é o Residente desta geração?



O porto-riquenho Benito Antônio, o nosso querido Bad Bunny, se tornou um dos maiores nomes da música latina nos últimos anos. Alcançando marcos e batendo recordes de reprodução desde 2016, foi com DTmF (2025) que o “coelhão” caiu no gosto do povão - inclusive de quem não escuta reggaeton. Com músicas menos pop e críticas mais explícitas, o álbum lançado em janeiro deste ano chamou a atenção pelo teor político e resgate de uma cultura tradicional do território de Porto Rico. Porém, apesar de original, Bad Bunny não foi o primeiro artista da ilha a misturar cultura pop e política! Na ativa desde 2004, René Pérez fundou o saudoso Calle 13 com seus irmãos Eduardo e Ileana. Adotando os nomes artísticos Residente, Visitante e PG-13, o trio usou a arte para tecer críticas à nossa sociedade e chamar a atenção para Porto Rico.


Histórico no Reggaeton


Embora René já tenha falado abertamente sobre o que considera inadequado dentro da cultura reggaeton, Calle 13 estourou com a música Atrevete-te-te em seu álbum de estreia! A música é um reggaeton dançante, mas com letra e ritmo bastante diferente do que se era visto na indústria da época: O reggaeton do Calle 13 incluía instrumentos de sopro típicos da música folclórica boricua e letras que criticam a falta de criatividade e o machismo dentro da cultura. A música nunca foi uma tentativa da banda de se encaixar dentro do gênero, mas fazer uma reinvenção e, quiçá, uma paródia. 


Enquanto isso, Bad Bunny utiliza o reggaeton tradicional para desconstruir as problemáticas de dentro próprio gênero. Seja utilizando roupas disruptivas de gênero, pintando as unhas ou usando a música para tecer críticas mais sofisticadas que as que estavam sendo feitas até então, como o hino feminista Yo Perreo Sola (cujo o videoclipe tem direito, inclusive, ao coelhão vestido e maquiado com roupas tipicamente femininas).



Cena do clipe "Atrevete-te-te" de Calle 13

Cena do clipe "Yo Perro Sola" em que Bad Bunny se veste com roupas femininas
 




Críticas políticas


Com músicas massivamente conhecidas entre o público cult por criticar os governos latinos e o imperialismo americano, Residente nos apresenta hinos como Latinoamérica, El Hormiguero, Guerra e This is Not America, em que denuncia os abusos do governo de Porto Rico e prega a necessidade de uma união entre os povos latinos ao mostrá-los com mais semelhanças que diferenças. 


Já Bad Bunny nos surpreendeu com Él Apagón em meio ao animado e até romântico álbum Un Verano Sin Ti. A música veio acompanhada do documentário homônimo que faz uma forte denúncia ao imperialismo econômico estadunidense, valorização do investimento externo, gentrificação e abandono do Estado em relação aos moradores nativos do país.


Em 2019, tanto Residente quanto Bad Bunny foram vistos como rostos públicos dos protestos contra o governador Ricardo Rosselló, estando na linha de frente das manifestações; já no meio cultural, os dois artistas lançaram juntos a música Bellacoso, uma afronta ao conservadorismo de Rosselló.



Cena do clipe "This is Not América" de Residente. Uma criança indígena serve a um presidente que limpa sua boca na bandeira nacional;



Exaltação da ilha de Porto Rico


Com seu último álbum (DTmF), Bad Bunny fez um retorno físico e cultural à Porto Rico. O artista mesclou músicas e referências antigas com a cultura urbana atual da ilha e encantou todas as gerações dos nativos do país. Enquanto músicas como CAFé CON RON e NUEVAYoL exaltam a cultura tradicional da salsa, bomba e plena, escutar “EoO” é um retorno nítido aos anos 90 e 2000 com um reggaeton bastante típico da época. Tudo isso sem deixar a crítica de lado! Em LO QUE PASÓ A HAWAII, Benito volta a denunciar o colonialismo americano na ilha.


Na mesma linha, em 2008 Calle 13 exalta sua terra natal com a música La Perla que fala especificamente de um bairro periférico de Porto Rico; Hijos del Cañaveral de 2017 é uma ode ao trabalhador rural, misturando - assim como Bad Bunny - os ritmos de bomba e plena ao gênero urbano. 

Residente com um chapéu tradicional de Porto Rico, conhecido como pava.

Bad Bunny com pava e machete. Elementos típicos da cultura boricua.


Bad Bunny vestindo um terno Prada e uma pava personalizada no Met Gala 2025



Bad Bunny e Residente, cada um à sua maneira, transcendem o entretenimento para se tornarem vozes de uma geração. Se o primeiro conquistou as massas sem abrir mão da crítica, o segundo pavimentou o caminho com letras afiadas e um compromisso inegociável com a cultura boricua. Seria Benito o 'novo Residente'? Talvez a pergunta certa seja: em um mundo que precisa de ambos, por que escolher?


Residente e Bad Bunny em manifestação política em Porto Rico



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