Entrevista: La Curz fala sobre desejo em parceria com Pedro Sampaio e Anitta, projeto totalmente em português e como se tornou o primeiro cantor de Reggaeton a cantar abertamente sobre romance gay
La Cruz em performance no Rio de Janeiro com Luisa Sonza - Foto: @paammartinss |
Em entrevista exclusiva à Reggaeton Brasil, o cantor venezuelano de 29 anos, nascido em Caracas, conversou abertamente sobre como foi se tornar uma das maiores referências gays dentro do reggaeton, um estilo considerado por muitos, anos atrás, extremamente machista.
Pela primeira vez no Brasil, La Cruz, além de elogiar a energia dos brasileiros, destacou o clima tropical do país, afirmando que o clima agradável o faz lembrar de sua casa, a Venezuela.
Sobre o EP "El Nene", La Cruz afirmou que a intenção do projeto é sair dos temas repetitivos e contar histórias que normalmente ninguém conta. Ele afirmou se sentir orgulhoso de sua trajetória e de poder inspirar novos artistas. Segundo ele, sua canção favorita é "Besties", pois lembra suas origens caribenhas e relaciona "besties" a todos os seus amigos e fãs que ouvem sua música, o que a torna ainda mais especial.
O cantor também expressou gratidão a outros artistas LGBTQIA+, como Young Miko e Villano Antillano, por abrirem caminhos para ele na música. Além disso, lembrou que uma de suas grandes inspirações no reggaeton é Ivy Queen, a rainha do gênero.
Quando surgiu Ivy Queen na indústria musical, existia um mito, como se não fosse possível uma mulher cantar reggaeton. Mas com sua verdade e talento, ela pôde derrubar tudo isso. Foi muito bonito!
La Cruz afirmou que sempre busca colaborações com artistas que falem a mesma linguagem e conversem com seu público, como o Pedro Sampaio e a Luisa Sonza. Ele também destacou a versatilidade como uma das características que mais admira em um artista. Em uma dessas buscas, conheceu a brasileira Luísa Sonza. Após se seguirem nas redes sociais, começou a acompanhar o trabalho da artista e percebeu que seu som era diferenciado, com cada canção apresentando seu próprio mundo e enredo, algo que fazia muito sentido para ele.
La Cruz e Pedro Sampaio em Miami | Foto: Reprodução |
Ele revelou ainda que ficou muito feliz e surpreso em fazer parte do álbum deluxe "Escândalo Íntimo" da Luisa Sonza, na faixa "Rough". Segundo La Cruz, houve um "feeling", uma química musical muito boa entre os dois. Assim que ele gravou as vozes em Miami e mandou para a brasileira ela adorou logo de cara e ambos ficaram um tempo trocando mensagens por voz. Nesse meio tempo, a Luisa gravou um vídeo mostrando a reação do público com a nova canção no Rock In Rio antes mesmo do lançamento, e o convidou para fazer uma participação em seu show no Brasil, mas também o La Cruz não imaginou que seria em uma das maiores casas de show do Rio de Janeiro.
Luisa Sonza e La Cruz ao vivo no Rio de Janeiro - @paammartinss |
Encantado com a recepção dos brasileiros e com a grande aceitação de seu trabalho, La Cruz revelou que deseja gravar um projeto com canções totalmente em português, já que seus fãs brasileiros interagem muito com ele, mas dizem não entender as letras.
Eu estou me encarregando de aprender português porque quero entender tudo o que me dizem aqui. Quando faço uma publicação ou algum lançamento, grande parte dos meus fãs são daqui do Brasil, e às vezes me dizem que não entendem o que canto, mas que gostam das minhas melodias. Tomara que algum dia venha logo em português, de A a Z, ou seja, completamente em português, como um presente para minha comunidade daqui do Brasil.
Ainda sobre sua inclinação para o Brasil, perguntamos o que ele achou do remix de "Quítate la Ropa", feito por fãs, que adicionaram Anitta e Bad Bunny à canção por meio de inteligência artificial. La Cruz afirmou que ouviu a versão e que adoraria gravar uma música com Anitta. Ele também comentou que boa parte de seus fãs no Brasil são fãs da cantora.
Anitta é uma artista que admiro faz muito tempo. Me encanta sua música. Acredito que foi por ela que conheci muitas vertentes do funk. Uma vez tive a oportunidade de estar em uma festa que ela organizou e me convidou. Foi ela quem escolheu as músicas, e todas eram funk. Eu dizia: ‘Não pode ser! Isso é possível? Existem 10 mil gêneros dentro do funk!’.
Em tom descontraído, La Cruz contou sobre o movimento que seus fãs começaram, dizendo que ele não faz apenas reggaeton, e sim RegGayTon – reggaeton para gays. Ele disse se sentir contemplado e encantado por seus fãs se sentirem representados, além de feliz por dar visibilidade a uma comunidade inteira dentro do gênero.
Sobre suas grandes inspirações, La Cruz enfatizou que se inspira muito em Ricky Martin, inclusive leu o livro escrito pelo artista quando ainda tinha apenas 17 anos. Além do porto-riquenho, disse admirar o reggaetoneiro Arcangel e Beyoncé.
Gosto muito de Beyoncé. Creio que é uma artista que admiro muito. Fui a dois shows dela, e me encanta como ela vende a estética de feminilidade como se endeusasse no palco. É super atraente. De certa maneira, eu gosto de trabalhar os projetos que tenho com esse toque de sensualidade masculina também. É uma artista que me encanta e me influencia 100%.
La Cruz pretende voltar ao Brasil no próximo ano trazendo sua turnê e novidades musicais com artistas brasileiros. Logo após essa entrevista, o artista teve dois encontros com fãs, um no Rio de Janeiro e outro na festa Bogotá em São Paulo, onde fez uma performance surpresa para os fãs presentes, além de tirar fotos e conversar com eles.
Confira a entrevista completa e exclusiva aqui na Reggaeton Brasil:
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