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Colômbia, um país que luta! Entenda o que está acontecendo na Colômbia e como os artistas estão se posicionando!

Reprodução/Twitter.

Na Colômbia, os protestos aumentam a cada dia, e a repressão também. O que aconteceu foi que, no dia 15 de abril, o presidente Iván Duque decidiu andar com a proposta de reforma tributária no país, alegando que é necessário aumentar a arrecadação devido à crise causada pela covid-19.

A reforma basicamente implica em colocar impostos em produtos da cesta básica, aumentar o preço da gasolina, ampliar a base do imposto de renda (ou seja, pessoas da classe média pagariam uma proporção maior, seria como tarifar mais pessoas que ganham cerca de R$ 3 mil aqui no Brasil), colocar imposto de valor agregado (IVA) para alguns tipos de serviços, como os funerários e de internet.

Na semana passada, a população colombiana, mesmo diante do aumento de mortes pela pandemia no país, foi às ruas contra a reforma, afirmando que o governo Duque seria tão perigoso quanto o vírus.

Assim que as ruas se movimentaram, apesar de morar há alguns anos em Miami, nos Estados Unidos, a cantora Karol G acompanha a situação política da sua terra natal, onde sua família toda ainda mora, e manifestou seu apoio aos protestos e afirmou ser contra a reforma tributária, compartilhando a frase “Empatia é lutar ainda que não te falte nada, porque a alguns faltam tudo”. Ela também compartilhou cartazes das manifestações, inclusive alguns faziam referência à música dela "BICHOTA".

As coisas se intensificaram nas ruas, indígenas do país também fazem reivindicações e estátuas de colonizadores foram derrubadas. Duque mandou o Exército para reprimir os manifestantes. E a situação piorou, muitos foram mortos pelas forças do Estado, uma grande parte estudantes na faixa dos 17 a 20 anos. Segundo o jornal independente La Oreja Roja, entre 28 de abril e 1º de maio, foram 940 casos de abuso policial, 30 casos de uso de armas de fogo por parte da polícia, 21 homicídios pela força pública, 672 prisões arbitrárias e 4 vítimas de violência sexual por parte da polícia.

Com o aumento da violência do Estado, Karol G continuou se manifestando pelas redes sociais. A cantora “revelação” do R&B latino, também colombiana, Kali Uchis usou seu Twitter no último sábado, 1º de maio, para denunciar os acontecimentos: “Na Colômbia, a polícia está matando civis!”, escreveu.

As duas são grandes expoentes da atualidade na música latina, no reggaeton e no R&B, mas onde estavam os cantores colombianos mais conhecidos do gênero J Balvin e Maluma?

Em diversas oportunidades, os dois são criticados pelo descolamento da realidade de seu país. E não seria diferente dessa vez, como colocado pelo jornalista Víctor Lenore. Chegaram a compartilhar algumas mensagens, como “Me doe muito o que está acontecendo na Colômbia”, mas sequer mencionaram o motivo do que está acontecendo. Ambos fizeram questão de falar que “os protestos devem ser pacíficos e não se deve vandalizar”. J Balvin e Maluma ganharam o mundo, mas aos poucos perdem a Colômbia. Já não são bem vistos porque frequentemente estão alheios à realidade do país, se chocam e apoiam mais os protestos nos EUA do que em sua terra.


Por trás dessas mensagens de amor e paz, não se vê o que dói na população local. Pedem paz no alto de seus castelos construídos com a música de rua, com a música underground, com a música do povo.

A Colômbia é o berço do reggaeton na América do Sul e da nova era do ritmo, os dois foram essenciais nessa construção, mas o reggaeton é antes de tudo um ritmo do povo e da rua. Como é possível fazer isso quando você não sabe o que se passa com as pessoas na rua? Ok, a população estava protestando, mas J Balvin e Maluma nem sequer explicaram o porquê aos seus milhões de seguidores, inclusive internacionais, o que leva a questionar se eles sabem o motivo.

No último domingo, dia 2 de maio, o presidente Duque anunciou que a reforma tributária da forma como estava não vai acontecer e pretende apresentar um novo projeto em breve. O ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla, renunciou ao cargo.

Mas os protestos não pararam porque, ainda que a reforma tributária fosse o motivo inicial, existe outra reforma que descontenta os colombianos – a da saúde. Em meio à maior pandemia do século, existe um projeto de lei que precarizaria ainda mais o sistema de saúde no país, que passaria a ser parecido com o dos EUA, e talvez piorado.

A Entidad Promotora de Salud (EPS) passaria a ser como basicamente como uma companhia de seguro de saúde e o atendimento dependeria do que o seu “seguro” cobre. Esse é só um dos pontos sobre a reforma. Aqui uma thread que explica os pontos problemáticos da Lei 010 de 2020: 

O rapper portorriquenho Residente (Calle 13) também deu declarações mais concisas de apoio às manifestações, inclusive denunciou que a música de seu grupo que fala sobre governos autoritários, El aguante, passou a ser restrita no Youtube na Colômbia.

Enquanto isso, Maluma, J Balvin e Manuel Turizo seguem no discurso de “manifestação pacífica”, paz, amor e união.

Esse foi um breve resumo do que está acontecendo do outro lado da fronteira e como tem sido a relação de alguns cantores de reggaeton sobre o contexto. Para quem quiser saber um pouco mais sobre a situação da Colômbia, a CNN Español publicou uma reportagem explicativa sobre o tema.

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